terça-feira, 15 de março de 2011

Varroa

Não sabemos na verdade o que aconteceu a algumas das nossas colmeias!
Para nós as abelhas resistiram o Inverno e agora que o tempo estava a melhorar era grande a esperança que tudo iria correr bem!
Foram feitos os tratamentos recomendados e até com um complemento de apoio, Hive Clean que segundo dizem também tem efeitos acaricidas, mas isto de tratamentos para a prevenção das principais maleitas, nomeadamente a Varroa tem muito que se lhe diga!
Há tratamentos homologados, permitidos, outros não, outros assim, assim e ainda não ouvi nenhum apicultor ter o tratamento verdadeiramente eficaz!
E conversando uns com os outros , ouvimos falar de baixas em percentagens com muita importância!
E foi assim também connosco; quando parecia tudo bem, as caixas começaram a aparecer vazias, com poucas abelhas, caixas despovoadas.....
Feito novo tratamento com outro produto ,Apivar, 24 h depois andei de lupa a contar varroas! Muitas! Mais do que pensávamos!
Concluímos que talvez fosse a varroa a causadora, mas certezas não temos; e o frio que entretanto apareceu? não sabemos. O que sabemos é que temos que por rapidamente o nosso viveiro a funcionar!
Outro problema, falamos com uns apicultores e uns fazem assim, outros de outra forma e cá esta apicultora anda à nora a estudar um método que seja exequível e de acordo com a nossa vida atribulada!
Continuo esperançada em encontrar quem me ajude nesta tarefa!Aceito todas as ajudas!

8 comentários:

Anónimo disse...

As minhas saudações apícolas!
É de facto decepcionante o que lhe está a acontecer, mas...
Vale a pena rever o artigo publicado no Monte do Mel em 10/10/2009, onde se explica a evolução do problema.
Tudo começa de facto depois da cresta, altura em que o tratamento para o varroa tem de ser efectuado, antes que a criação de Outono (aquela que vai durar até à Primavera seguinte ) esteja operculada, senão temos umas abelhas enfraquecidas e de longevidade encurtada que não chegam à Primavera. Há ainda, que contar , quando o tratamento se faz cedo , com reinfestações, o que pode obrigar a novo tratamento É de considerar que hoje em dia quase todos os tratamentos ,homologados ou não, têm uma eficácia inferior a 90%,pelo que é necessário monitorizar os tratamentos.
Para acréscimo este Inverno tem sido particularmente prolongado,o que levou a menos actividade das abelhas, com consequente menor desenvolvimento das colónias,menor eficácia dos tratamentos de Primavera e logo mais varroa.
Talvez repetir os tratamentos para o varroa e alimentação estimulante possa mitigar o problema.
Um abraço.
Abelhasah.

octávio disse...

Muito bem! Mas a foto é repugnante! Maldito ácaro.

Anónimo disse...

Voltando ao assunto:
Cada apicultor faz de sua maneira precisamente porque há uma grande variabilidade de comportamento das abelhas face ao varroa, não só de região para região como até na mesma região e até dentro do apiário.Tratamentos que são razoàvelmente eficazes num sítio , não o são noutro. Por isso não se conseguem padronizar os tratamentos com os produtos "biológicos". Por exemplo o ácido oxálico que é extrememente eficaz na ausência de criação (ronda os 90%), vê a sua eficácia cair para menos de metade quando esta está presente. Pode ser mesmo assim um tratamento muito útil, e eu raro é o ano que não o utilizo, porque permite em alturas críticas ,quando os outros tratamentos não podem ser utilizados, por exemplo por as temperaturas serem muito baixas, conter a infestação e adiar o tratamento com produtos mais eficazes por quinze dias ou um mês.
Os quimicos "duros", que tinham eficácias que rondavam os 100% quando foram introduzidos, têm hoje eficácias muito mais baixas , pelo aparecimento de resistências. Até o "Bayvarol",foi introduzido no nosso país , por responsabilidade das entidades oficiais, de forma incorrecta uma vez que tinha resistência cruzada com o "Apistan" (facto que já era sobejamente conhecido quando da sua introducção).
Hoje em dia há uma necessidade constante de monitorizar os tratamentos, com o processo do alcool ou do sabão. Bem sei que é trabalhoso ,mas as alternativas são ou a perda de colmeias ou o sobretratamento, com as desvantagens inerentes.
Duas soluções que parece ajudarem são por um lado os estrados sanitários e por outro o uso de cera com moldagem
de 4,8 mm em vez dos 5,2 mm, mas esta é difícil de encontrar e além disso é , de forma absolutamente incompreensível muito mais cara.
Apenas por descargo de consciência, se puder, envie uma amostra de abelhas adultas para análise para pesquisa de nosema. Pode ser uma patologia adjuvante no desastre.
Coragem.
Abraços .
Abelhasah.

AnaPCarvalho disse...

Obrigado Abelhasah
pela partilha.
Vou rever o artigo que fala publicado no Monte do Mel.
Estou de facto convencida que os tratamentos não foram eficazes e se calhar devo "variar" de tratamento tentando assim maior eficácia?!
Cumprimentos Ana

Anónimo disse...

Olá de novo.
Enviei um comentário que complementava o primeiro ,mas penso que se perdeu pela net.
Assim sendo , vamos lá ver, não se trata pròpriamente (mas também) de variar os tratamentos, mas sim de verificar sempre os seus resultados ,porque se é verdade que no início, quando da sua introdução, os químicos "duros"como o fluvalinato e o amitraz tinham eficácias que rondavam os 100% e portanto a sua aplicação por 4 a 6 semanas era suficiente e teriam tido ainda melhores resultados se tivesse havido sincronização de tratamentos nas várias regiões do país (o que falhou redondamente), hoje , em resultado das resistências já assim não acontece, caindo frequentemente a eficácia para menos de 60%. Mesmo quando da sua introdução, a flumetrina (Bayvarol),embora fosse apresentada como uma molécula nova, era como o fluvalinato (Apistan) um piretróide e portanto o varroa apresentava resistência cruzada a esta nova molécula , facto que já era sobejamente conhecido quando da sua introdução. O mesmo é válido para os tratamentos "clandestinos", feitos com moléculas similares.
Por outro lado os tratamentos ditos "biológicos",têm frequentemente eficácias superiores a 85-90%, mas, e isto é importante, há uma grande variabilidade na sua aplicação, dependendo de diversos factores como a temperatura ambiente,grau de humidade,força do enxame, quantidade de criação operculada, duração do tratamento, ventilação da colmeia , sua estanquicidade, etc, etc,etc...
Também a susceptibilidade das abelhas ao varroa varia imenso de região para região, de apiário para apiário e até de colmeia para colmeia dentro do mesmo apiário. Assim sendo ,embora tivesse havido várias tentativas de padronizar os tratamentos , principalmente com o ácido fórmico, isso não se conseguiu, devido precisamente à enorme variabilidade.
Ainda assim, o ácido oxálico é dos que apresenta maior constância de resultados da ordem dos 90% na ausência de criação operculada, mas cai para cerca de 35-40% quando esta existe. Apesar disso é muito útil em certas épocas do ano,quando pelas baixas temperaturas os outros não se podem utilizar e eu faço-o quase todos os anos permitindo-me assim adiar por quinze dias ou um mês um tratamento até que as condições climáticas sejam mais favoráveis para o uso de outra substância. Outro problema destes tratamentos "biológicos" é que o limiar entre a dose terapêutica e a dose tóxica (para as abelhas)é muito menor do que com os químicos duros. Deve é haver sempre controlo dos tratamentos efectuados, pelo processo do álcool ou da água com detergente, tanto faz. O importante é monitorizar o tratamento para avaliar da sua eficácia, porque se esta foi baixa há que repetí-lo. É evidente que é moroso e dá trabalho, mas as alternativas são apenas duas: ou ficar com as colmeias com varroa ou sobretratar, cada com os seus inconvenientes.
Embora com os produtos "biológicos",ao contrário do que aconteceu com os químicos "duros", mesmo depois de muitos anos de uso ,não estejam descritas resistências , ao que parece pelo seu modo de actuação multisectorial, mandam as boas práticas alternar os tratamentos.
Há que ir tentando os vários tratamentos em várias dosagens até se ajustarem a cada situação específica. Bem sei que isto é vago, mas é começar pelas "guidelines" genéricas e depois ir ajustando a pouco e pouco.
Também, ao que parece os estrados sanitários e a cera moldada de 4,8 (embora esta seja difícil de arranjar injustificadamente cara) em vez da de 5,2mm também ajudam.
Um abraço.
Abelhasah.

AnaPCarvalho disse...

Obrigado Abelhasah
Pela explanação de todas as condicionantes que nos devem servir no alerta sobre a eficácia dos tratamentos.
Faço referência à sua sugestão de que os tratamentos deveriam ser feitos por todos nós apicultores e na mesma altura. Para esse efeito as autoridades sanitárias deveriam ter aqui um papel muito importante.
Renovo os meus agradeciemtos pela mais valia a este meu modesto blog.
Obrigado Ana

Apisarte disse...

Amiga Ana,
As abelhas são como a medicina, ouvimos opiniões e escolhemos aquele que para nós deverá ser o melhor médico, ou ouvimos opiniões e baralhamos todo o tipo de tratamentos, o que dará um resultado imprevisível. O problema é que estes ensinamentos que adquirimos após os resultados, por vezes ficam muito caros, tanto económicos como estimativos!
Um abraço

Manuela Miguel disse...

Parbens, esta excelente.
Bjs